Desde que o novo governo assumiu o poder no início deste mês, muitos assuntos se tornaram pauta de discussão, não só no plenário, mas também entre os cidadãos brasileiros de todos os cantos. Nesse cenário, quando o tema é economia e comércio exterior, especialistas apontam para um mercado mais desafiador.
Depois de um 2022 conturbado e intenso para o Comex do Brasil, são acumuladas diversas expectativas para este setor, não só com a possibilidade de ampliação de novos negócios, mas com a organização e reestruturação da pasta.
Nesta semana, após a posse do vice-presidente Geraldo Alckmin como ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (MDIC), além da nomeação de alguns cargos para compor o time, o clima é de ressalvas.
Este clima já era esperado, afinal antes de abraçar novos projetos em seu mandato, Alckmin precisará garantir a estabilidade de um mercado turbulento.
Neste artigo, vamos falar sobre as novas expectativas do comércio exterior, analisar o cenário vindo de 2022 e as novas atualizações sobre o ministério e suas novas atualizações.
O que é comércio exterior?
Entende-se por Comex, ou Comércio Exterior, o setor responsável pelas relações internacionais econômicas entre os países, ou seja, auxilia no progresso da economia do seu país, lidando diretamente com os processos de venda e compra de produtos para dentro e fora do território nacional.
Algumas questões trazidas pelo setor são as questões tributárias, administrativas, financeiras, comerciais e aduaneiras.
O Comex lida também com a troca entre países, de produtos, serviços, empregos e etc, movimentando a balança comercial do seu país, ou seja, tornando-o um país mais rico, em todos os sentidos.
Nestas relações comerciais, um grande aspecto de instabilidade e que tem total relação com os novos negócios agregados por conta do comércio exterior, é o processo de câmbio da moeda estrangeira, que depende da cotação atual.
Para tais operações, conheça nossa ferramenta de conversão de moedas e planeje suas transações.
Qual a relevância comercial do Brasil no Comex?
Mas agora você deve estar se perguntando: afinal como se encontra o comércio exterior brasileiro? De acordo com o Monitor do Comércio Exterior Brasileiro, houve um bom aumento no volume de exportações, um crescimento de 3,9% apenas em outubro de 2022, com uma ascensão tranquila para os meses seguintes.
Com esse crescimento o volume exportado chegou a posição de 2º maior no cenário mundial que ocorreu em grande parte, pelo protagonismo de alguns mercados de destino, como a África (15,5%), América Central e Caribe (15,4%), Ásia (10,2%) e alguns outros.
Agora, quando falamos sobre as importações, os índices apresentaram uma pequena queda de -2,1% em outubro do ano passado, a segunda consecutiva recente. Ainda assim, o volume importado possibilitou que o Brasil alcançasse o 3º maior resultado internacional.
Enfim, o Brasil ainda representa um imponente papel frente às negociações internacionais, apresentando quedas pouco expressivas diante dos bons resultados dos últimos meses. Veja abaixo um gráfico sobre o cenário do Comex e seus resultados no ano de 2022.
Geraldo Alckmin e o anúncio de novos cargos para o Comércio Exterior
Desde sua posse, o ministro Alckmin vem fazendo declarações sobre os novos planos para o desenvolvimento da indústria e do comércio, muitos deles com base em afirmações sobre o fortalecimento das parcerias comerciais ao redor do mundo, mas principalmente entre os países da América Latina.
Durante a reunião de posse do novo presidente da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex), Jorge Viana, o vice-presidente levantou a necessidade do alinhamento de objetivos entre os países latinos.
Para dar impulso à visão de união latina compartilhada no novo governo, Lula fará viagens pela América Latina em busca de apoio comercial, começando com Argentina no próximo dia 24 de janeiro e Uruguai no dia seguinte.
O desejo de conquistar novos mercados e melhorar os investimentos do país, também tem como objetivo alavancar micro e pequenas empresas, gerando laços mais fortes entre o comércio dos países, não só restritos às américas, mas também com vistas para o continente europeu, por exemplo.
O foco no desenvolvimento do país e o desejo de impulsionar a economia não só das grandes indústrias, mas de pequenos negócios, é uma visão comum entre o vice e o presidente Lula, então neste ano muitas ações caminharam para este objetivo: captar novas parcerias comerciais ao redor do mundo e estreitar laços.
Leia mais em: A economia no governo Lula: o que podemos esperar?
Câmara de Comércio Exterior
Agora a Câmara de Comércio Exterior ganha uma nova aquisição. Marcela Carvalho é a mais nova secretária-executiva da Camex, órgão vinculado ao MDIC (Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior).
Segundo Alckmin essa nova nomeação trará mais modernização e oportunidades para a política comercial, através de um diálogo mais amplo e construtivo com a iniciativa privada e a academia.
Aos poucos a organização da pasta vai tomando forma e dando espaço para ações e iniciativas que apontam para uma postura mais inovadora e dinâmica. Aparentemente essa é a postura que o vice pretende adotar para seu período de mandato, mas com poucos dias de posse, muitos ajustes ainda precisam ser feitos.
Como a economia pode impactar no Comércio Exterior?
Mas afinal, o que essas relações comerciais internacionais têm a ver com a economia nacional? Tudo. A grande verdade é que boa parte da nossa economia vem de parcerias comerciais do exterior e tanto a estabilidade econômica do nosso país, quanto a política impactam diretamente neste mercado.
Vamos pensar de forma ainda mais prática, analisando as operações internacionais realizadas frequentemente por brasileiros, em nível de câmbio comercial. A grande movimentação do setor fica por conta das negociações entre importadores e exportadores, que utilizam como base a cotação de câmbio.
E o que define a cotação do câmbio? Bom, diversos fatores podem afetar a cotação cambial, como política, estabilidade econômica do dólar, inflação, conflitos e guerras e tantos outros. O caso é que o equilíbrio da economia tem um peso maior nesse cenário, influenciando demandas, negociações, preços e também na inflação.
Por conta disso, é importante que empresas envolvidas no mercado internacional saibam se proteger de instabilidades econômicas, variações cambiais e estejam preparadas para aproveitar novas oportunidades no exterior. E qual o primeiro passo?
Antes de mais nada, é importante compreender as necessidades da sua empresa, analisar seus objetivos dentro do mercado internacional e quais as principais barreiras para esse novo cenário. Para facilitar esse processo, aconselhamos a busca por uma instituição especializada que possa te orientar com total autoridade.
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O que esperar do comércio exterior em 2023?
Para 2023 a tecnologia é a principal chave de acesso para o comércio exterior, com operações e transações cada vez mais automatizadas e funcionais para otimizar processos tidos até então como limitados e burocráticos. O mercado cambial é um grande exemplo disso, o que também começou a mudar com o novo marco cambial.
Portanto, tendo em vista os avanços tecnológicos implementados nas empresas ao longo dos últimos anos, buscar aplicar essa modernização no desenvolvimento da empresa é a melhor alternativa.
Seguindo esse contexto, algumas tendências começam a dar seus primeiros passos quando o assunto é Comex e relações internacionais.
- Bussiness Intelligence;
- Internet das coisas;
- Blockchain;
- IA (Inteligência Artificial)
Leia mais em: O cenário da Balança Comercial Brasileira
Crescimento segmentado das importações
Análises mais recentes do Ministério da Economia apontam para um bom avanço nas exportações brasileiras, chegando a cerca de 20% em relação a 2021, com o agronegócio liderando e destaque sobre os principais segmentos. O relatório aponta para uma alta de 37% nos embarques realizados.
Já no setor de transformação a alta foi de 28,6%, com a indústria em queda, com diminuição de 7% nas exportações.
Crescimento segmentado das exportações
No ano de 2022 o principal destaque vai para a indústria extrativa, registrando uma alta de cerca de 75,5% até o final de novembro. Logo atrás nota-se o aumento da demanda brasileira de óleos brutos de petróleo, carvão e gás natural.
Houve um crescimento de mais de 135% neste período com a receita obtida com as importações de óleos brutos de petróleo, tendo como principais fornecedores a Arábia Saudita e os Estados Unidos.
Leia mais em: Haddad e as expectativas da gestão como ministro da economia
O poder da reindustrialização
“A reindustrialização é essencial para a retomada do desenvolvimento sustentável”
Afirmou Geraldo Alckmin nesta quarta-feira (04.01), durante cerimônia de transmissão de cargo, no Palácio do Planalto.
Para o vice de Lula, a industrialização é essencial para a retomada do desenvolvimento sustentável do país, tendo como base o prisma da justiça social. Para isso, a modernização da política de desenvolvimento industrial tem uma grande importância, visando novas tendências globais.
O ministro anunciou também que o novo MDIC contará com uma secretaria de economia verde, descarbonização e bioindústria, que tem como objetivo a parceria com o Ministério do Meio Ambiente para impactar verdadeiras mudanças e o reposicionamento da imagem do Brasil no mundo.
“Essa é uma agenda prioritária”, enfatiza Alckmin.
Conclusão
Muitas mudanças estão sendo aplicadas e planejadas neste novo ano, buscando não só impulsionar e estreitar parcerias comerciais, mas elevar a autoridade comercial do país perante o mundo.
Com isso, o governo de Lula tem um grande desafio pela frente, que é reorganizar a economia nacional e estabelecer alianças estratégicas.
Esperamos que tenha aproveitado muito bem a leitura até aqui e se você curtiu esse assunto, que tal mergulhar ainda mais no comércio exterior?
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