Desde 1999 o regime cambial estabelecido no Brasil é o câmbio flutuante, responsável pela variação cambial, sem as intervenções do Banco Central para o estabelecimento de uma taxa cambial específica.
Ou seja, as trocas do real por moedas estrangeiras não persegue uma taxa fixa de câmbio. Neste sentido, o que ocorre é a flutuação de acordo com a oferta e demanda das moedas requeridas.
Só há interferência do Bacen quando oscilações abruptas afetam drasticamente a funcionalidade do mercado cambial.
Um mecanismo de intervenção muito utilizado pelo Banco Central é o Swap Cambial, que consiste na venda de moeda no mercado futuro, o que colabora para a redução na pressão sobre a alta da moeda, evitando a perda de reservas internacionais.
O que é variação cambial?
A variação cambial representa a diferença ou oscilação de valor entre moedas, como o real X dólar ou o dólar X euro.
O dólar sobe e desce na medida em que as relações internacionais comerciais se alteram, além de diversos outros fatores que podem impactar essas alterações, no caso do dólar obedecendo a lei da oferta e da demanda.
Quando se tem um aumento da demanda por dólar, o real sofre uma desvalorização, porque a demanda pela moeda é maior. Em cenários de crise, com uma economia instável, a retirada do dólar do país também cresce.
Neste sentido, a variação cambial representa a valorização ou desvalorização de uma moeda em relação a outra.
Como funciona a variação cambial?
Existem dois cenários possíveis: o déficit na Balança Comercial, ou seja, o aumento na saída de dólares do país, abrindo a necessidade de uma injeção de valores adicionais, aumentando a demanda da moeda no país.
E o superávit, ou seja, o aumento na entrada de dólares no país, que impulsiona a oferta da moeda americana, gerando por tabela a desvalorização do real, reduzindo por consequência a taxa de câmbio.
Portanto, no regime cambial atual, ou seja, o flutuante, a taxa de câmbio sobe ou desce, contribuindo para a estabilização da balança, uma ponderação importante para a variação cambial.
Qual o efeito na nossa moeda?
Precisamos levar em consideração duas situações neste ambiente de variação cambial, a queda do dólar que contribui para desaceleração da inflação, mas penaliza setores da economia que dependem de exportação. E a alta do dólar, que pressiona a inflação e eleva os preços de produtos importados.
Esse cenário de fortalecimento do real frente a moeda americana, assim como a redução do impacto inflacionário, ocorre porque as importações ficam mais baratas ou porque commodities são produzidas aqui, mas precificadas em dólar. Com a valorização do real, a subida dos preços desacelera e a inflação fica mais controlada.
Para o Brasil, o momento ideal nesta variação cambial divide opiniões. Para quem importa o dólar em alta não é um cenário favorável, pois se a moeda está com valor alto, é preciso gastar mais reais para comprar esses itens e essa diferença pode ser repassada para os brasileiros.
Por outro lado, as empresas que exportam produtos nacionais se beneficiam, porque as mercadorias ficam mais baratas no exterior. Dessa forma, a competitividade dos produtos brasileiros aumenta, expandindo também o potencial de novos clientes.
Como se proteger contra a variação cambial?
Momentos de instabilidade econômica, política e social podem interferir e nortear a variação cambial, assim como resultar em grandes perdas. Observando essa imprevisibilidade do cenário econômico mundial, a melhor opção é se proteger e o hedge cambial é o instrumento ideal para tal situação.
O principal objetivo do hedge é conter a variação cambial e absorver a volatilidade do mercado, ou seja, evitar perdas e garantir maior previsibilidade aos negócios internacionais.
Essa medida de proteção é focada especificamente em uma estratégia de mercado futuro, fixando um valor da moeda para a data de liquidação do compromisso. Assim, mesmo diante das variações cambiais, as empresas já sabem exatamente qual o valor final de suas operações.
Conclusão
O que podemos dizer é que em um ano de eleições e copa do mundo, o dólar ainda tem muito a enfrentar, assim como o euro que passa por um período crítico. Outras moedas também lutam não só contra a inflação, mas para estabilizar suas relações internacionais, que podem se mostrar fatores decisivos nos próximos meses.
O que achou do conteúdo? Acredita que a variação do dólar e das relações internacionais podem mudar completamente ainda este ano?
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