O mercado de câmbio tem uma variação enorme de regulamentações, normas, operações e transações que interferem na vida e nos padrões de consumo de toda a sociedade. Engana-se quem pensa que por não atuar no comércio exterior de forma direta, às relações internacionais cambiais não afetam suas vidas.
A realidade é que a taxa de câmbio influencia na economia de um país e consequentemente nas altas e baixas dos preços dos produtos consumidos diariamente. Um bom exemplo disso, é o preço da gasolina que oscila frequentemente, pois este é um commoditie que tem sua cotação baseada em muitos fatores, como a economia mundial.
Existem diversas formas de regimes cambiais, porém os mais utilizados são o câmbio flutuante e o câmbio fixo. Neste artigo falaremos sobre os principais pontos de atenção e características deste formato.
O que é e para que serve o câmbio flutuante?
Para compreender melhor o regime de câmbio flutuante, é preciso voltar à história e analisar o contexto da implementação do sistema e o formato que era utilizado anteriormente.
Câmbio Flutuante e o Plano Real
Em 1994, o Brasil adotou o regime de câmbio fixo, onde o valor da moeda nacional se equiparava ao dólar. Neste período, o governo de Itamar Franco adotava medidas preventivas para estabilizar e reformar a economia nacional, de forma a evitar a hiperinflação, o chamado Plano Real.
Porém, desde 1999, o regime mudou, adotando o sistema de câmbio flutuante em que opera até os dias de hoje. Notou-se que na época as interferências do Banco Central estavam se tornando cada vez mais frequentes, de forma a equilibrar as taxas e operações cambiais.
A mudança do regime se mostrou uma importante transição para que essa interferência do BC pudesse ser algo mais flexível, utilizada apenas em casos de extrema urgência, sem afetar drasticamente as movimentações nas reservas nacionais.
Câmbio Flutuante na prática
Basicamente o câmbio flutuante é o sistema que define a taxa de câmbio de um determinado país, tomando como base a oferta e a demanda da moeda estrangeira em questão, porém sem qualquer intervenção do Banco Central do Brasil.
A prática tem como objetivo corrigir o desequilíbrio que a desvalorização da moeda pode causar no mercado financeiro, ou seja, utiliza-se a lei da oferta e demanda para aplicar a taxa de câmbio devida, de forma a equilibrar os dois lados da moeda, sem que haja a elevação da inflação.
Quando uma moeda tem pouca aquisição, consequentemente seu valor diminui, assim como quando sua busca é alta, o valor sobe para estabilizar a demanda que está aumentando. Esse ajuste no câmbio também lhe dá o nome de “autocorretivo”.
Diferença entre câmbio flutuante e câmbio fixo
No câmbio fixo, o governo determina o valor para que sejam feitas as trocas das moedas, prática muito utilizada nos primeiro anos como mencionamos. Porém, sua aplicação nos dias de hoje não é viável, já que esse sistema pode gerar problemas na balança comercial a longo prazo.
Já no caso do câmbio flutuante, o Banco Central deixa que o mercado se regule livremente, sem impor uma política cambial, por isso ocorrem variações constantes no dólar. Neste caso, a única intervenção que pode vir a ocorrer é através da política monetária – conjunto de medidas adotadas para controlar o volume de circulação da moeda.
Quais as principais características de um mercado de câmbio flutuante?
A implementação do câmbio flutuante no país possibilitou aos formuladores de políticas monetárias, utilizarem recursos da reserva para aplicação em outros déficits nacionais, de forma a ampliar as oportunidades e investimentos internos, também como forma de tornar o país um terreno fértil para a importação e exportação.
Podemos elencar algumas características importantes que definem o câmbio flutuante:
- flexibilidade na política cambial aplicada;
- taxa de câmbio determinada pelo mercado e sua volatilidade;
- sem obrigatoriedade na disponibilização das reservas nacionais;
- reservas cambiais mais protegidas de ataques especulativos.
O que é câmbio flutuante sujo?
Como já mencionamos, o Banco Central intervém na cotação, ou seja, se entrarem muitos dólares no país e a taxa de câmbio vier a cair demais, o BC compra esses dólares de forma a segurar os preços. Essa interferência transforma um regime de câmbio limpo em sujo, ou seja com alterações feitas pelo Bacen de forma a estabilizar essa alta dos preços, segurando a inflação.
Essa prática atua como um amortecimento do impacto da economia exterior, sem deixar que esse choque afete a economia nacional doméstica.
A taxa de câmbio representa uma das maiores taxas de flutuação do mercado e neste sentido há várias formas de manipulação. Uma delas é a compra ou venda de contratos de swap.
Conclusão
As políticas cambiais e seus derivativos interferem diretamente na vida e no poder de consumo da sociedade, dessa forma é importante compreender como essas aplicações são feitas e de que maneira as oscilações se desenvolvem, principalmente em períodos de instabilidade internacional.
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